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A sustentabilidade tem sido um assunto recorrente em diversos setores da economia, e tem sido um fator importante para criar novas oportunidades de negócio e promover a proteção do meio ambiente. A construção civil é um dos segmentos que mais polui, pois os ciclos dos materiais empregados na obra, geralmente geram bastante CO2 para alcançarem o nível de produto final para nós consumidores. Como exemplos, podemos citar o cimento que segundo o instituto britânico Chatham House, os processos envolvidos na produção de cimento são responsáveis pela emissão de 8% de CO2 de todo o planeta.
Representação da triagem de agregados.
Além disso, devemos ressaltar que a grande maioria das matérias primas que utilizamos para realizar a construção de edificações, estradas e diversas outras atividades relacionadas ao setor da construção civil tem origem natural, ou seja são extraídos de jazidas, poços de petróleo, leitos de rios e mananciais de água, já que as obras geralmente utilizam um volume grande de água. Como todo elemento natural, sabemos que os mesmos são finitos, em outras palavras podem um dia ser esgotados se não encontrarmos maneiras de economizar, tal como reutilizar os materiais produtos de demolições. Construções e manutenções.
Uma das maneiras encontradas para diminuirmos os impactos ambientais produzidos pelo setor da construção civil, é realizar a reciclagem dos materiais mais utilizados, como: concreto, tijolos e outros materiais cerâmicos. Já existem aqui no Brasil diversas usinas de reciclagem de materiais de construção, as mesmas disponibilizam caçambas para recolher os resíduos, que posteriormente irão para a separação, britagem e peneiramento.
A resolução CONAMA 307, apresenta a classificação dos resíduos, determinando quais tem a possibilidade de reciclagem, bem como qual a utilidade que estes podem ser aplicados após a reciclagem. O CONAMA estabelece a classificação em quatro categorias diferentes, são elas:
- Classe A – Resíduos que poderão ser utilizados como agregados após a reciclagem, como: Concreto e alvenaria;
- Classe B – Resíduos que são materiais recicláveis, porém tem como o produto final diferente de agregados, são eles: Metal, plástico, madeira e papel;
- Classe C – São resíduos que ainda não tem a opção da reciclagem viável, seja por viabilidade econômica ou falta de tecnologia;
- Classe D – Caracterizam os resíduos como perigosos e que podem contaminar, desta forma podemos citar: tintas, óleos e solventes.
Há também a classificação dos resíduos realizada pela ABNT NBR 10004, que apresenta uma metodologia semelhante com a do CONAMA e também divide os resíduos em quatro grupos diferentes, são eles:
- Resíduos Classe I – Perigosos
- Resíduos Classe II – Não Perigosos;
- Resíduos Classe II A – Não inertes;
- Resíduos Classe II B – Inertes.
A reciclagem destes resíduos consiste inicialmente em realizar a triagem dos materiais que chegam nas usinas, considerando apenas os resíduos das classes A e B. Assim, os materiais que são destinados a se tornarem agregados, são britados e peneirados de acordo com a granulometria especificada pela a ABNT.
Dos agregados reciclados, geralmente são comprados e
utilizados para funções como: Regularização de pavimentos, contrapisos,
componentes para infraestrutura urbana no geral, concreto e argamassa. Apesar
do concreto estar listado como uma das opções dos agregados reciclados, há
ainda uma certa desconfiança de utilizar materiais reciclados em concretos
estruturais, pois ainda há estudos sobre esta possibilidade em diversos países,
mas devemos ressaltar que boa parte deles são positivos.
Os estudos realizados pelo mundo já estão provocando mudanças em algumas normas europeias. O comitê de concreto Estrutural da Alemanha (DAfstb), está realizando estudos para atribuir um limite de 45% do uso de agregados em concreto estrutural. Esses estudos foram iniciados, após os resultados apresentados no livro Manual of Recycling: Building as Sources of Materials, onde pesquisadores tiveram êxito em produzir um concreto com 90% de agregados reciclados e com resistência de 28 MPa.
Apesar de resultados ótimos em desempenho e boas impressões nestes estudos, a viabilidade econômica ainda tem sido uma das principais barreiras para esses produtos entrarem no mercado. O cimento verde, que é um produto com uma redução de cerca de 40% de carbono, por enquanto apresenta um preço de produção muito acima do cimento tradicional e chegam em valores de até o dobro do preço do cimento, desta forma o objetivo atual dos pesquisadores é tornar estes produtos mais acessíveis e assegurar que apresentem boas propriedades.
Para complementar nosso artigo, recomendamos acessar ao artigo científico do Rafael Souza sobre a utilização de agregados reciclados na construção civil. Lá existem maiores informações sobre o processo de reciclagem, bem como grande parte das utilidades que o agregado reciclado pode desempenhar. Para acessar basta clicar aqui,
Caso se interessem pelo assunto de sustentabilidade na construção civil, temos um artigo referente a Iluminação Zenital e Ventilação Natural, que explicamos como estes dois elementos em um projeto pode reduzir o uso de energia elétrica. E para saber um pouco mais sobre agregados, recomendamos nosso artigo "Conheça os agregados que podem ser utilizados no concreto e na argamassa".
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Autor: Henrique Osório
ABNT NBR 10004
Agregados
Cimento Verde
CO2
CONAMA
DAfstb
Matéria Prima
Meio Ambiente
Obra Limpa
Pegada de Carbono
Reciclagem de Agregados
Resíduos
Sustentabilidade
Location:
São Paulo, Brasil
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